Thursday, November 18, 2004

Amostra 2

Num dia gravava as reflexões que tinha e no outro lia-as e aproveitava as que me pareciam convenientes. Podia comparar as reflexões sobre a paisagem do dia anterior com a paisagem que agora observava, verificando como essas reflexões tinham distorsões constantes do real, como se eu fosse um daqueles espelhos de feira que mais não fazem que distorcer as imagens.
Um fragmento de plástico azul que no dia anterior era descrito como o precioso vestígio de um antigo mosaico.
O olvido duma figueira nas profundezas da cratera.
Aves azuis com vozes de outras aves.
Comer duas vezes o mesmo dióspiro.
A reflexão da reflexão tomava matizes caleidoscópicos numa sobreposição de espelhos que a luz do Sol, quando a havia, estilhaçava desde o meu interior. A reflexão portanto tinha que ser esquecida, para bem do equilibrio do universo.

3 Comments:

Blogger Luís Filipe C.T.Coutinho said...

O equílibrio do Universo, não assenta nas assimetrias e desigualdades de tudo o que nos envolve?


um grande abraço

3:57 AM  
Blogger kinkymomo said...

me cuesta trabajo eneterte , pero prometo aplicarme mas con esto de los idiomas extranjeros.
gracias por visitar mi blog.

9:44 AM  
Blogger Lúzbel Guerrero said...

Oh! Caro André que posso te dizer ?. Obrigado. isso.

3:01 PM  

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