Tuesday, November 28, 2006

Quarto de caçadores IV

O chuveiro estava fixo à parede, toda a divisão era branca e apesar de não ter nenhuma lâmpada tinha uma luz artificial, também ela branca.

A água começou a correr e quando já estava completamente nu consegui ver que só partes do meu corpo tinham a cor do quarto. A água parou, comecei a secar-me e um buraco abriu-se onde antes tinha tomado o banho. Ficou tudo de novo seco.

Voltei ao quarto, as luzes azuis já se tinham acendido no corredor.

No quarto em frente ao meu vivia outra pessoa mas que nunca se deixava ver. Dessa pessoa só conhecia umas sonoras gargalhadas e o som do abrir e fechar da fechadura. Tentei algumas vezes abrir a porta no momento em que ouvia a fechadura do meu vizinho rodar mas sempre em vão, quando eu a abria a minha porta a outra já estava cerrada e as gargalhadas voltavam-se a ouvir. De que se riria?

A partir do dia em que encontrei as escadas para aquela espécie de recepção passei a ir lá de vez em quando na esperança de descobrir que sitio era aquele. Não me valia de nada, a resposta era sempre a mesma desde o primeiro dia.

Um dia, para lutar contra o sono, iniciei a escrita de um diário. Mas que diário podia ser esse?

2 Comments:

Blogger maresia said...

Por vezes quando estou no banho alguém sai pela porta de vidro da varanda. Não sei de onde vem, nem como vai. Sai, ali, pela varanda do 3º andar. Nunca cai.

9:17 AM  
Blogger Eli said...

Eu sei que diário poderia ser e tal por isso não me pronunciei antes!!!

(Eh Eh)

Acredito nisso, e tu?

:)

3:19 PM  

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