Quarto de caçadores I
Tentei ser caçador de sombras numa noite quente de Verão.
A febre desceu e a névoa em redor da montanha desapareceu.
A Lua subiu no céu tentando roubar-me as sombras e sem o saber estava-me a dar todas as sombras que desejava.
Ao quarto chegavam-me os sons misturados do muezim e da sereia dum navio.
Vi uma sombra pequena e rápida no chão e o meu polegar na página que escrevia.
Duma mesquita subaquática as sereias entravam em mim.
A serra em que a montanha vivia ficara para trás. Na minha cabeça ainda estavam todos os altos e baixos que me acompanharam parte do caminho.